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Laís Silva

 

Este é o meu Ambiente Pessoal de Aprendizagem desenvolvido para a disciplina de Metodologia da Investigação do Mestrado em Educação e Tecnologias Digitais da Universidade de Lisboa, sob orientação do Professor Doutor Fernando Albuquerque Costa.

Aqui, disponibilizarei textos, sínteses, mapas conceituais sobre o tema a ser estudado.

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O que pesquisar?

Definir o foco de uma pesquisa é um trabalho árduo que exige muita reflexão.

Trabalho em um contexto onde lido diariamente com conteudistas que escrevem os materiais das aulas online e, nesse momento, apenas uma pergunta me vem à mente:

Como a percepção desses conteudistas sobre a Educação a Distância influencia em seu modo de construir o conteúdo das aulas?

Para responder a essa pergunta é necessário muito estudo e pesquisa. 

Essa busca se inicia, agora!

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Definir o foco de uma pesquisa é um trabalho árduo que exige muita reflexão.

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Como a percepção desses conteudistas sobre a Educação a Distância influencia em seu modo de construir o conteúdo das aulas?

Para responder a essa pergunta é necessário muito estudo e pesquisa. 

Essa busca se inicia, agora!

Almeida, Leandro S. e Freire, Teresa. (2003). A investigação em Psicologia e Educação. Metodologia da Investigação em Psicologia da Educação. Braga: Psiquilibrios. PP. 19-34.

O capítulo “A investigação em Psicologia e Educação” do livro Metodologia da Investigação em Psicologia da Educação inicia abordando sobre o conceito de conhecimento científico. Os autores definem ciência como “um modo de conhecimento rigoroso, metódico e sistemático que pretende optimizar a informação disponível em torno de problemas de origem teórica e/ou prática” (Almeida e Freire, 2003, p. 20).

Tendo como base essa definição de ciência, podemos concluir que a Psicologia tem como objetivo “descrever, explicar, predizer e controlar o comportamento humano” (Almeida e Freire, 2003, p. 20).

Os autores citam três tipos de investigação no âmbito da Psicologia, que são: a investigação descritiva, a investigação correlacional e a investigação experimental.

Além disso, uma característica da Psicologia é que, por vezes, há a necessidade de se utilizar conhecimentos de outras ciências para se explicar um fenômeno (Almeida e Freire, 2003).

Almeida e Freire (2003) destacam as características do conhecimento científico, que são:

- Objetivo: descreve o fenômeno como é;

- Empírico: está baseado na experiência;

- Racional: tem como base a razão e a lógica;

- Replicável: deve ser capaz de ser aplicado em outro ambiente ou contexto;

- Sistemático: é organizado, ordenado e coerente;

- Metódico: é obtido através de estratégias bem definidas;

- Comunicável: é claro, preciso e aceite pela comunidade científica;

- Analítico: busca compreender as especificidades do fenômeno;

- Cumulativo: se estrutura a partir de conhecimentos anteriores.

 

Conhecendo essas características, fica a pergunta:

 

Como produzir o conhecimento científico?

 

A ciência se baseia em fatos, fenômenos e dados (Almeida e Freire, 2003). Esses autores nos dizem que “fatos são tudo aquilo que se conhece ou se supõe a propósito da realidade, os quais, quando circunscritos no espaço ou no tempo, denominam-se acontecimentos. Estes quando são estudados pelo investigador designam-se fenômenos, sendo a informação deles extraída designada por dados” (Almeida e Freire, 2003, p. 22).

 

Dessa forma, o conhecimento científico é produzido à medida que o investigador parte desses fatos, fenômenos e dados para afirmar, descrever ou negá-los.

Para isso, realiza a investigação científica, que tem como objetivos:

- Realizar o levantamento das características de um fenômeno;

- Descrever a relação entre fenômenos;

- Prever a ocorrência das variáveis de um fenômeno;

- Explicar as causas de um fenômeno.

 

Quais os métodos utilizados pela investigação científica?

 

Almeida e Freire(2003) destacam três modalidades de investigação científica mais usadas na Psicologia e na Educação, que são:

- Quantitativo-experimental: tem como foco a predição e a explicação por meio de testes de teorias e hipóteses;

- Quantitativo-correlacional: tem como foco a compreensão e predição dos fenômenos por meio da formulação de hipóteses;

- Qualitativa: tem como foco a compreensão e a predição dos fenômenos em toda a sua complexidade.

A produção do conhecimento científico, portanto, deve ter como base os dados e observações, bem como as teorias que ajudarão a explicar os fenômenos bem como as suas relações (Almeida e Freire, 2003).

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Almeida, Leandro S. e Freire, Teresa. (2003). Problema, hipóteses e variáveis. Metodologia da Investigação em Psicologia da Educação. Braga: Psiquilibrios. PP. 37-72.

Nesse capítulo estudamos os autores Almeida e Freire abordagem sobre a definição do problema a ser estudado.

Quanto à definição do problema, Almeida e Freire (2003) ressaltam que, no âmbito da Psicologia e da Educação, essa definição torna-se um trabalho mais complicado, trazendo a necessidade de aprofundamento maior sobre os fenômenos a serem estudados.

Almeida e Freire (2003) elencam as três fases para a definição de um problema e de um modelo de análise: definição do problema, revisão bibliográfica e formulação de hipóteses.

Na primeira etapa, a definição do problema, inicia com uma pergunta, dificuldade ou problema. Almeida e Freire (2003) ressalta que em Psicologia e Educação o problema se inicia a partir de uma questão, buscando compreender ou explicar o fenômeno, ou mesmo a partir de uma resposta, onde se toma decisões a respeito de um tratamento ou metodologia.

Os passos para a definição de um problema são:

- Identificar, descrever e relacionar: esse processo parte das experiências ou do campo teórico, bem como dos conhecimentos, competências e interesses do investigador.

- Avaliar a qualidade e pertinência do problema: nessa fase é importante avaliar a relevância do problema a ser estudado. Além disso, essa etapa se pauta nos conhecimentos elencados na fase anterior.

Após a delimitação do problema, em uma investigação científica é necessário fazer a revisão bibliográfica.

Nessa etapa, deve-se reunir os conhecimentos que já se tem sobre o tema a ser estudado. Ela é importante para enquadrar o referencial teórico da investigação (Almeida e Freire, 2003). A revisão bibliográfica contribui, inclusive, para se definir a metodologia a ser empregada na investigação, dando base para a delimitação do problema e para a formulação de hipóteses.

Almeida e Freire (2003) citam algumas razões para se realizar a revisão bibliográfica:

- Permite saber se há estudos sobre o tema;

- Permite conhecer as teorias que tratam sobre o problema a ser estudado;

- Permite identificar qual a metodologia mais utilizada de acordo com as características do problema estudado;

- Permite refletir sobre os questionamentos deixados por outros investigadores.

 

Uma vez definido o tema e realizada a revisão bibliográfica, é importante desenvolver as hipóteses da investigação.

Almeida e Freire (2003) definem hipótese como “a explicação mais plausível de um problema”. As hipóteses devem ser capazes de serem testadas e devem estar enquadradas em hipóteses já desenvolvidas na mesma área. Elas devem obedecer a alguns princípios:

- Classificação das hipóteses: podem ser classificadas de acordo com o processo como são formuladas (dedutivas ou indutivas) ou com o nível de concretização (conceptuais, operativas e estatísticas) (Almeida e Freire, 2003).

- Aceitação e rejeição das hipóteses: diz respeito ao teste das hipóteses, onde é gerada uma margem de certeza e de aceitabilidade.

- Variáveis: identificam-se as variáveis de uma hipótese e as relações que estabelecem entre si. Busca-se definir: o estatuto das variáveis, buscando considerar o papel que elas desempenham na definição do problema; os parâmetros de medida das variáveis, que buscam responder qual a frequência, a probabilidade, a duração de ocorrência, a duração de intervalo de tempo, a intensidade ou grau e a velocidade; a natureza da medida das variáveis, que podem ser qualitativas ou quantitativas; as escalas de medidas das variáveis, que podem ser de escalas nominais, ordinais, intervalares e proporcionais; o quadro de modelo de investigação, onde procura-se averiguar o grau de ciência de um determinado conhecimento ou disciplina.

Coutinho, Clara. (2013). Paradigmas, Metodologias e Métodos de Investigação. Metodologia da Investigação em Ciências Sociais e Humanas, Teoria e Prática. Lisboa: Almedina. pp. 9-41.

Coutinho (2013, p. 9) define paradigma “como um conjunto articulado de postulados, de valores conhecidos, de teorias comuns e de regras que são aceites por todos os elementos de uma comunidade científica num dado momento histórico”. Diz respeito a um quadro teórico e metodológico que é aceito pela comunidade da investigação científica, advindos de experiências e de concepções.

 

Na investigação científica, o paradigma deve cumprir duas funções: unir conceitos e atuar como legitimação dos investigadores. Há, portanto, três paradigmas: positivista ou quantitativo, interpretativo ou qualitativo e sócio-crítico ou hermenêutico.

Positivista


Procura enquadrar o modelo das ciências naturais aos das ciências sociais e humanas (Coutinho, 2013). Para isso, faz uso de uma metodologia quantitativa. Esse paradigma está baseado nas teorias de Augusto Comte.


No positivismo é possível prever os fenômenos e controlá-los, a partir de uma metodologia experimental, onde as hipóteses são levantadas e testadas em um rigoroso processo, para serem, enfim, comprovadas estatisticamente (Coutinho, 2013).


De acordo com essa perspectiva, o mundo é objetivo, nessa perspectiva, a investigação também necessita ser objetiva, deixando de lado a subjetividade do investigador. O conhecimento somente é válido se for testado metodologicamente de maneira criteriosa, lógica e objetiva. E, ao mundo social, devem ser aplicados os mesmos métodos utilizados nas ciências naturais.

Qualitativo


Também é denominado de paradigma hermenêutico, naturalista ou construtivista (Coutinho, 2013). O desenvolvimento desse paradigma se deu em resposta às constatações de que os conceitos do positivismo seriam incapazes de responder aos problemas das ciências sociais e humanas.

 

O paradigma qualitativo busca sua referência nos postulados da fenomenologia (Coutinho, 2013). Assim, assume uma posição relativista, percebendo que há inúmeras realidades, construídas socialmente e com características localizadas. Nessa perspectiva, o papel do investigador e valorizado, tendo um papel importante na construção do conhecimento.


O processo de investigação passa a ser de compreensão, significado e ação, buscando compreender a realidade social de modo a mostrar como os agentes explicam a sua realidade e qual o significado que tem para eles (Coutinho, 2013).

Sócio-crítico


Esse paradigma teve como base a teoria marxista. Para Coutinho (2013, p. 19) “a grande novidade desta abordagem é a introdução explícita da ideologia no processo de produção do conhecimento científico”.

De acordo com essa perspectiva, o conhecimento científico gerado deve ser capaz de promover a emancipação, a liberdade, permitindo, assim, uma mudança no mundo (Coutinho, 2013). Há, portanto, o claro objetivo de tornar acessíveis os conhecimentos aos grupos sociais oprimidos, rompendo com a ideologia de dominação X dominado.


No paradigma sócio-crítico, há sempre uma ideologia por trás dos métodos e teorias científicas. Conforme afirma Coutinho (2013, pp. 19) “o conhecimento é sempre uma construção social ligado a um interesse de cariz técnico (paradigma positivista) ou a um interesse de comunicação prática (paradigma qualitativo) ou ainda a um interesse crítico emancipatório”.

Metodologias e métodos da investigação


A metodologia e os métodos da investigação são desenvolvidos a partir dos paradigmas e determinam quais os meios para ao investigador alcançar o conhecimento científico. Nesse contexto, é importante fazer uma diferenciação entre técnicas, métodos e metodologia.


Bisquerra (1989, p. 55) citado por Coutinho (2013, p. 22) diz que os métodos da investigação dizem respeito ao caminho para se chegar ao conhecimento científico; já as técnicas consistem nos procedimentos de atuação, os meios para se alcançar o objetivo; e a metodologia teria como função delimitar os métodos e as técnicas, definindo os princípios, procedimentos e estratégias da investigação.

Gunther, Hartmut. (2006). Pesquisa Qualitativa Versus Pesquisa Quantitativa: Esta é a Questão? Psicologia: Teoria e Pesquisa. Brasília: Universidade de Brasília. pp. 201-209.

A pesquisa qualitativa busca compreender os fenômenos, a realidade social, suas atribuições e significados; o caráter processual dos fenômenos, dando ênfase na reflexão; os significados objetivos que dão sentido ao caráter objetivo dos fenômenos; o processo de comunicação da realidade social (Gunther, 2006).


Flick e cols. (2000) citados por Gunther (2006, p. 202), dizem que na pesquisa qualitativa há “a primazia da compreensão como princípio do conhecimento, que prefere estudar relações complexas ao invés de explicá-las por meio do isolamento de variáveis. Uma segunda característica geral é a construção da realidade”.

Uma das suas maiores características é a sua flexibilidade e adaptabilidade. 


Como delineamentos, podemos citar:

 

- O estudo de caso

Podem ser feitas coletas de dados tanto qualitativas quanto quantitativas. Pode-se observar um caso, realizar uma entrevista ou um experimento.

- A análise de documentos

Nesse processo são realizadas revisões bibliográficas, resumos de ideias e extração de dados e resultados de outras pesquisas relacionadas ao tema.

 

- A pesquisa-ação

 

Pode ser realizada por meio de um experimento, observação e/ou survey e pressupõe a atuação ativa do investigador.

- A pesquisa de campo

Faz uma integração de abordagens qualitativas e quantitativas em um mesmo estudo, envolvendo experimentos e procedimentos qualitativos, por exemplo.

No âmbito da pesquisa qualitativa, como acontece a coleta de dados?

A coleta de dados pode acontecer por observação, experimento e survey, podendo ser agrupadas coleta de dados visuais e verbais (Gunther, 2006).

Dentro das coletas de dados verbais e visuais, Gunther (2006) destaca as entrevistas e elenca quatro tipos:

- Entrevista focalizada;

- Entrevista semi-estandardizada;

- Entrevista centrada num problema;

- Entrevista centrada no contexto.

Esse mesmo autor destaca três tipos de relatos:

- Entrevista narrativa;

- Entrevista episódica;

- Contos.

Além disso, destaca três tipos de procedimentos grupais, que são:

- Entrevista em grupo;

- Discussão em grupo;

- Narrativa em grupo.

Em posse dos dados da pesquisa, Gunther (2006) destaca que o próximo passo é a transcrição dos dados e ressalta que, no âmbito da pesquisa qualitativa, muitas vezes esse passo é deixado de lado, porém é de extrema importância para a análise dos resultados obtidos.

Na transcrição é feita:

- A representação dos dados: está relacionado com as técnicas de coleta de dados;

- A transcrição dos dados propriamente dita: acontece de várias formas, no entanto, no caso de entrevista, o mais usado é a transcrição literal. Existe, também, a transcrição comentada, onde o investigador insere na transcrição as expressões faciais e os movimentos corporais à medida em que o entrevistado fala;

- Construção dos sistemas descritivos: faz a ligação entre a transcrição e a interpretação de dados.

Em uma pesquisa, é necessário responder a critérios de qualidade. Gunther (2006, p. 206-2047)  ressalta algumas perguntas que permitem dizer se uma pesquisa qualitativa pode ser considerada de boa qualidade:

- As perguntas da pesquisa são claramente formuladas?

- O delineamento da pesquisa é consistente com o objetivo e as perguntas?

- Os paradigmas e os construtos analíticos foram bem explicitados?

- A posição teórica e as expectativas do pesquisador foram explicitadas?

- Adotaram-se regras explícitas nos procedimentos metodológicos?

- Os procedimentos metodológicos são bem documentados?

- Adotaram-se regras explícitas nos procedimentos analíticos?

- Os procedimentos analíticos são bem documentados?

- Os dados foram coletados em todos os contextos, tempos e pessoas sugeridos pelo delineamento?

- O detalhamento da análise leva em conta resultados não-esperados e contrários ao esperado?

- A discussão dos resultados leva em conta possíveis alternativas de interpretação?

- Os resultados são – ou não – congruentes com as expectativas teóricas?

- Explicitou-se a teoria que pode ser derivada dos dados e utilizada em outros contextos?

- Os resultados são acessíveis, tanto para a comunidade acadêmica quanto para os usuários no campo?

- Os resultados estimulam ações – básicas e aplicadas – futuras?

De acordo com o autor, esses critérios podem ser aplicados tanto para a pesquisa quantitativa, quanto para a pesquisa qualitativa.

Morais, Carlos. Descrição, análise e interpretação de informação quantitativa. Escola Superior de Educação. Bragança: Instituto Politécnico.

A análise dos dados da pesquisa quantitativa tem como base os pressupostos da estatística, “ramo da matemática que tem como principais objetivos obter, organizar e analisar dados, determinar correlações entre eles, proporcionando conclusões e previsões” (Morais, s.a., p. 3).


Alguns métodos e técnicas de medicação fornecidos pela estatística:

 

Escalas de medida

 

Acontece em quatro níveis (a variável, o atributo, o valor e a relação). As variáveis dizem respeito às características ou atributos que podem assumir valores.

 

As variáveis podem ser qualitativas ou quantitativas. Os valores de uma variável qualitativa são qualidades ou símbolos. e podem ser dicotómicas, ou politómicas. Já os valores da variável quantitativa podem ser representados por meio de números e podem ser discretas e contínuas (Morais, s.a.). 

Uma vez definidas quais as variáveis, é necessário registrar a sua ocorrência. Para isso, são utilizadas escalas de medidas que devem atender aos critérios de:

- Exaustividade: permitindo representar todos os dados possíveis;

- Exclusividade: onde o dado ou conhecimento deve somente pode ser representado de uma única forma.

Atendendo a esses critérios, podemos definir os tipos de escalas:

- Nominais: são classificativas, permitindo descrever as variáveis;

- Ordinais: a distribuição dos fatos obedece a uma ordem estabelecida;

- Intervalares: permitindo medir a intensidade de um fenômeno;

- Proporcionais: parte de um ponto zero, buscando identificar a diferença entre esse ponto e a intensidade conhecida (Morais, s.a.).

 

Estatística descritiva

 

Processo no qual há a recolha, interpretação e análise de dados numéricos com base em gráficos, quadros e indicadores.

Na interpretação dos dados, produz-se um resumo contendo gráficos, informações numéricas e textuais, contendo as características do fenômeno estudado. Nessa interpretação podem ser utilizados dois tipos de métodos, que vão ser determinados de acordo com as características do fenômeno e do tipo de pesquisa. Assim, os dados podem ser:

- Qualitativos: quando identifica uma qualidade ou característica que não pode ser medida, porém, pode ser classificada;

- Quantitativo: representa as informações e características que podem ser medidas, demonstrando diferentes intensidades (Morais, s.a.).

Interferência estatística

 

Nesse processo é possível tirar conclusões sobre a população usando o sistema de amostragem, permitindo concluir características e tomar decisões sobre a população estudada(Morais, s.a.).

A amostra, portanto, é "um subconjunto da população usado para obter informação acerca do todo" (Morais, s.a., p.16). 

Nesse sentido, amostragem é o processo de obtenção de informações dessa amostra. Podemos citar, como exemplo, o recenseamento e a sondagem.

As amostras podem ser:

- Probabilísticas: aleatórias simples, aleatórias sistemáticas, aleatórias estratificadas e agregados;

- Não probabilísticas: voluntárias, intencionais (por acerto), acidentais (ao acaso) e por quotas.

Aires, L. (2015). Paradigma qualitativo e práticas de investigação educacional. Lisboa: Universidade Aberta. E-book disponível em: http://hdl.handle.net/10400.2/2028

Técnicas para recolha de materiais empíricos


Essas técnicas podem ser classificadas em: técnicas diretas ou interativas e técnicas indiretas ou não-interativas (Aires, 2015).

 

As técnicas diretas consistem: observação participante, entrevistas qualitativas e histórias de vida. Já as técnicas indiretas podem ser baseadas em: documentos oficiais (registros, documentos internos, dossiers, estatutos, registros pessoais, etc.) além de documentos, como diários, cartas, autobiografias, etc. (Aires, 2015).


Dentro das técnicas diretas podemos elencar os seus métodos: observação (recolha sistemática da informação por meio de contato com a situação a ser estudada), entrevista (pode ser desenvolvida entre duas pessoas ou um grupo de pessoas, englobar diversos temas ou apenas um, e podem ter questões pré-determinadas ou não), entrevista de grupo (aborda de forma sistemática vários sujeitos em contextos formais e informais, podendo ser estruturada, semi-estruturada ou não estruturada), grupo de discussão (nessa técnica há a reflexão sobre determinada realidade com base na produção de discursos orais), histórias de vida (tem como objetivo fazer uma análise da realidade vivida). (Aires, 2015).

 

Em relação às técnicas indiretas, podemos verificar as suas funções, que são: apoiar os métodos diretos de recolha de dados, validando e contrastando, de modo a permitir a reformulação de situações importantes (Aires, 2015).

Métodos de análise da informação


Após a recolha da informação por meio das técnicas de recolha de materiais empíricos, é necessário analisar essas informações. Para isso, existem métodos de análise. Esses métodos possuem três dimensões: processos de teorização, estratégias de seleção sequencial e procedimentos analíticos (Aires, 2015).


Na teorização há a descoberta e a manipulação das categorias. Nela ocorrem os processos de: análise exploratória, descrição, interpretação e teorização. As estratégias de seleção sequencial incluem casos negativos, seleção de casos discrepantes, amostragem teórica e o método de comparação constante. Já os procedimentos analíticos dizem como deve-se manipular os dados. (Aires, 2015).

Mapa conceitual

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